"Nos dias de hoje, vivemos a crise de escolha entre duas vertentes cristãs. Sabe-se que há um abismo incalculável entre as duas: A cultura gospel, e a contra-cultura da mesma. Digo isto porque nunca se considerou tão na moda seguir qualquer uma delas. Seguir a cultura gospel é agradável, quando em nome de uma paixão por Jesus, nos alienamos de tudo que é relevante no nosso meio, e de todos que não estão nele. Aliena-se das questões políticas, sociais e culturais em nome da fé. Ouse de forma subtil investigar e recolher opiniões sobre algum tema teológico mal resolvido. As respostas vêm como quem acha normal rasgar a bíblia e ficar com a cultura. Vamos para o lado prático. Desde assuntos simples como vestimenta, aparência, opção musical, até questões mais complexas como hierarquia eclesiológica, opção política, costumes “espirituais”, respeito à “santa” casa de Deus, ignoram completamente o ponto de vista bíblico, e escolhem como referência a cultura que é passada de pais para filhos dentro da igreja de hoje, com tanto zelo. Deus tenha misericórdia.
Já a contra-cultura torna-se agradável, não pelo conforto que proporciona (até porque não é nenhum pouco confortável), mas pela adrenalina de sonhar um dia, talvez, salvar o mundo. Ir contra tudo que parece normal, agoniar-se com o que traz estagnação, rebelar-se contra o que foge do conceito de evangelho da graça, são algumas da posturas do adepto da contra-cultura. Eu, particularmente, os chamaria de neo-reformistas.
Mesmo sem querer rotular, acabamos por fazê-lo ao descrever quais grupos são predominantes no movimento contra-cultura. São eles os headbangers, punks, hippies, rastas e todos aqueles gêneros do underground, que por sua vez não têm como ser desvinculados da contra-cultura nem do activismo. Bandas de Hardcore, Death Metal, Screamo, Ska, Punk Rock, Reggae, Hip-hop e outros estilos alternativos têm feito parte do circuito underground, levando a mensagem da cruz de forma diferente, e muitas vezes não aceita pelos evangélicos, afinal sería difícil obter-se lucro de tais vertentes. Damos graças a Deus porque o nosso "público alvo" não são os evangélicos.
Mas como ver sem medo, e sem preconceitos, um louco, tatuado, enfeitado por piercings, gritando palavras de sabedoria e amor? A triste realidade é que o preconceito vem de quem não está fazendo o mesmo. As palavras de julgamento têm vindo daqueles que não saem da zona de conforto. Deixando de lado a hipocrisia, o adepto das missões underground, resolveu pagar o preço de deixar a pobre cultura de lado e agarrar-se na certeza bíblica de que Cristo veio para todos, e seu amor e misericórdia são gratuitos. A graça de Jesus não depende dos nossos actos culturais, não depende de nossos esforços. Pelo contrário, se dependesse estaríamos litelmente fritos.
Até quando o evangelho do medo vai ser recitado nos pedestais evangélicos? Até quando a igreja vai insistir em questões irrelevantes para a sociedade de hoje? E quando vamos entender que julgar o próximo não vai resolver o problema dele? Quando vai cair a ficha de que ter razão sobre o certo e o errado, não vai resolver a fome de quem não tem o que comer, nem o frio do mendigo sem cobertor, nem a falta de escola para a criança que vive nas barrcas, nem a carência do homossexual, muito menos os distúrbios do viciado. Com essas indagações é possível entender o porquê de um movimento como o contra-cultural crescer tanto. Não creio que seja porque está se a tornar num "novo" modismo, mas sim porque não está na moda pensar no próximo, e os componentes desse movimento tem sido a revolta e a dissidência contra tal absurdo.
Chega de cultura presa a shows e marchas para um jesus que não se assentaria na mesa com cobradores de impostos, nem conversaria com prostitutas e leprosos. Um jesus de fato e gravata, que se corrompe com qualquer quantia em euros. Um jesus de igrejas laranjas, que carrega consigo notas fiscais frias, e escrituras de paraísos e mansões no exterior. A nossa oração é que um dia nosso grito de revolta ecoe no meio da multidão surda, cega e muda. A multidão que se faz aleijada na obra do Senhor, há de um dia se tornar a minoria. E cantaremos juntos por um Jesus verdadeiro, que ama a todos independente de qualquer circunstância."
Por Filipe Fernandes
Já a contra-cultura torna-se agradável, não pelo conforto que proporciona (até porque não é nenhum pouco confortável), mas pela adrenalina de sonhar um dia, talvez, salvar o mundo. Ir contra tudo que parece normal, agoniar-se com o que traz estagnação, rebelar-se contra o que foge do conceito de evangelho da graça, são algumas da posturas do adepto da contra-cultura. Eu, particularmente, os chamaria de neo-reformistas.
Mesmo sem querer rotular, acabamos por fazê-lo ao descrever quais grupos são predominantes no movimento contra-cultura. São eles os headbangers, punks, hippies, rastas e todos aqueles gêneros do underground, que por sua vez não têm como ser desvinculados da contra-cultura nem do activismo. Bandas de Hardcore, Death Metal, Screamo, Ska, Punk Rock, Reggae, Hip-hop e outros estilos alternativos têm feito parte do circuito underground, levando a mensagem da cruz de forma diferente, e muitas vezes não aceita pelos evangélicos, afinal sería difícil obter-se lucro de tais vertentes. Damos graças a Deus porque o nosso "público alvo" não são os evangélicos.
Mas como ver sem medo, e sem preconceitos, um louco, tatuado, enfeitado por piercings, gritando palavras de sabedoria e amor? A triste realidade é que o preconceito vem de quem não está fazendo o mesmo. As palavras de julgamento têm vindo daqueles que não saem da zona de conforto. Deixando de lado a hipocrisia, o adepto das missões underground, resolveu pagar o preço de deixar a pobre cultura de lado e agarrar-se na certeza bíblica de que Cristo veio para todos, e seu amor e misericórdia são gratuitos. A graça de Jesus não depende dos nossos actos culturais, não depende de nossos esforços. Pelo contrário, se dependesse estaríamos litelmente fritos.
Até quando o evangelho do medo vai ser recitado nos pedestais evangélicos? Até quando a igreja vai insistir em questões irrelevantes para a sociedade de hoje? E quando vamos entender que julgar o próximo não vai resolver o problema dele? Quando vai cair a ficha de que ter razão sobre o certo e o errado, não vai resolver a fome de quem não tem o que comer, nem o frio do mendigo sem cobertor, nem a falta de escola para a criança que vive nas barrcas, nem a carência do homossexual, muito menos os distúrbios do viciado. Com essas indagações é possível entender o porquê de um movimento como o contra-cultural crescer tanto. Não creio que seja porque está se a tornar num "novo" modismo, mas sim porque não está na moda pensar no próximo, e os componentes desse movimento tem sido a revolta e a dissidência contra tal absurdo.
Chega de cultura presa a shows e marchas para um jesus que não se assentaria na mesa com cobradores de impostos, nem conversaria com prostitutas e leprosos. Um jesus de fato e gravata, que se corrompe com qualquer quantia em euros. Um jesus de igrejas laranjas, que carrega consigo notas fiscais frias, e escrituras de paraísos e mansões no exterior. A nossa oração é que um dia nosso grito de revolta ecoe no meio da multidão surda, cega e muda. A multidão que se faz aleijada na obra do Senhor, há de um dia se tornar a minoria. E cantaremos juntos por um Jesus verdadeiro, que ama a todos independente de qualquer circunstância."
Por Filipe Fernandes