"Pergunto-te,
Quantos, neste momento, que lêm este texto, (frequentadores de igrejas, membros delas ou depecionados com elas), já foram “obrigados” a participar de alguma reunião, ou culto de algo do tipo? Quantos são os que estão a ler este texto, que hoje são líderes ou presbíteros e tiveram que acatar no passado e no presente, alguma ordem autoritária vindo de um pastor ou apóstolo, sem poder dizer sequer um: “como”? Quantos são os que lêm este texto, já se sentiram injustiçados pelo novo sistema eclesiástico e materialista que está a ser imposto sobre a Igreja pelos seus próprios líderes? Será que os pastores estão a confundir igreja com empresa? Afinal, a única coisa parecida na palavra quando termina, é a letra "A". Será então que os "nossos" líderes estão cegos ou fora do padrão que o Apóstolo Pedro ensinou sobre o que é SER Igreja?
Sobre a etimologia da palavra igreja...
Tudo se deu com o “ajuntamento do povo do deserto”, lá com Moisés – palavra esta que da origem grega escolhida pelos autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus. (conforme a Wikipédia.com)
Numa segunda definição (segundo a Bíblia) o termo "igreja" pode designar reunião de pessoas, sem estarem necessariamente associados a uma edificação ou a uma doutrina religiosa específica. No texto bíblico, do “Novo Testamento”, a palavra "igreja" aparece por diversas vezes, sendo utilizada como referência a um agrupamento de cristãos e não a edifícios ou templos, nem mesmo a toda comunidade cristã em alguns momentos. Conclui-se que o que Jesus chamava por igreja, resume-se em PESSOAS!
O meu corpo como filho de Deus Salvo em Jesus Cristo, também é a Igreja. A noiva de Cristo, a Igreja somos nós pessoas normais, imperfeitas e cheias de pecado.
A Igreja é um lugar de pessoas, e pessoas imperfeitas; já dissemos que é um agrupamento de pessoas e não edifícios ou templos. Então responde-me, porque é que continuamos no engano de achar que esse lugar deve, necessariamente além de confortável, ser luxuoso? Respondam-me, qual a necessidade de se fazer uma réplica do templo de Salomão se há crianças nas Ruas de Lisboa a passarem fome, a terem frio por não terem roupa e abrigo? Para quê arrecadarmos centenas e milhares de euros em bazares anuais, seja lá o que for se há pessoas carentes de amor carinho? Ou para quê fazer grandes campanhas ou cruzadas megalomanas, sendo que muitas pessoas necessitam de tantas outras coisas, e quando o Amor deveria ser um movimento gerado pela vivência prática do evangelho, no nosso dia-a-dia?
Só dei alguns exemplos, mas tenho certeza que todos nós temos vizinhos ou conhecidos que hoje simplesmente precisam de uma cesta básica e nós nada oferecemos – nem mesmo o que o Apóstolo Pedro e o Apóstolo João deram ao coxo na porta do templo (não tendo nada mais para dar, ofereceam a cura da enfermidade, pelo Nome de Jesus). Quero ressaltar a importância de termos um local para reuniões e cultos, assembléias etc. É necessário, mas não é o mais importante!
Que haja o bem estar, e comodidade; Que haja um tecto, mas quando foi que Jesus nos instruiu a edificarmos igrejas megalomanas e LUXUOSAS? Sim, devemos dar o nosso melhor, e tenho certeza que o melhor foi dado na época de Salomão. Mas porque é que hoje em dia, não nos preocupamos em sermos, para podermos dar o nosso melhor ajudando ao próximo?
Luxo nunca foi bíblico, até mesmo porque Jesus veio para os doentes, pobres e humildes, e a prova disto foi a parábola que nos deixou, do Jovem Rico “Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.” Além de templos luxuosos, algo novo (mas nem tanto) tem acontecido, com o crescimento das igrejas em célula e até mesmo nas igrejas mais conservadoras – temos visto a formação de um novo padrão de igreja... Eu apresento-vos, as "IGREJAS SA. ("SA" é a abreviatura de "Sociedade Anónima"; um dos tipos de associação comercial, regida por leis próprias). Quantas vezes já vi pastores autoritários, pensarem que aquele local e aquelas almas eram propriedade deles, e por isso faziam (e fazem) o que querem, monopolizando e regendo suas próprias leis dentro da comunidade… Uma vez vi a seguinte frase numa t-shirta: “Pequenas igrejas, grandes negócios.” Vi que aquilo até fazia sentido (sou contra heresias certamente), mas observem o funcionamento das "Igrejas SA":
1) O pastor ou apóstolo é como o presidente, ele manda, ele faz, ele acontece, ele gera e tem as idéias, e mais ninguém.
2) Os líderes e os presbíteros, diaconos têm o papel de receber ordenanças dos pastores e apóstolos, para depois passarem-nas para os membros.
3) Os membros recebem e acatam as ordens de suas autoridades, sem sequer poderem indagar ou questionar qualquer coisa, pois ao tentarem fazer isto, recebem a seguinte resposta: “É PARA O REINO. Cuidado com a REBELDIA, irmão(ã!"
Afinal é de fato um óptimo negócio. É trabalho de graça. A igreja lucra em todos os sentidos e não tem necessariamente uma folha de pagamento para “devolver” quando alguém que foi dizimista ou ofertante, que agora está desempregado a necessitar de ajuda, e só lhe é oferecido "orações".
É claro, queridos, que eu julgo necessário e importante o trabalho e as obras para Cristo, mas não me conformo com a extrapolação e o autoritarismo eclesiástico materialista. Também não estou a fazer a apologia à desonra ou desobediência às autoridades que SERVEM o membros do Corpo de Cristo. Vejo que também são importante – o que quero que percebam é que isso, muitas vezes, está excedendo os limites do bom senso!
Hoje vivemos em igrejas super-cheias e super lotadas, com "banha e gordura de ovelhas" nas cadernetas bancárias das associações religiosas, templos cada vez mais luxuosos, onde se repete a luxuria do shopping center... Já repararam que não existe mais evangelismo por intermédio dos relacionamentos, pregação do evangelho pelo discipulado em muitas igrejas, e em muitos lugares o inconformismo deu lugar ao santo comodismo pré-tribulicionista? Quantas vezes, a minha tia teve que abrir mão de um dos seus fins de semana para “servir” a igreja, a Deus? Quantas vezes o seu filho de 8 anos, queria apenas a companhia de seu pai, quando ele era intimado a participar de uma das reuniões de líderança? Quantas vezes a ordem de importância que a Bíblia nos apresenta (primeiro Deus, depois família, etc.) foi colocada de lado, fazendo com que ao invertermos esta ordem divina, acambos por destruir com nossas próprias mãos a convivência familiar.
Em breve, não existiram mais no nosso país, igrejas verdadeiramente famíliares, onde se recebe e ama-se incondicionalmente qualquer um. Vivemos numa geração que só dá importância para seu próprio umbigo. "Quer mais bençãos? Necessita de mais “unção”? Talvez seja melhor ter mais dinheiro e menos salvação?!"
"Igrejas SA": monte logo a sua e lucre absurdamente", construa templos com MUITO luxo, derrame muitas bençãos e prosperidades sobre o povo. Faça com que os seus membros, sintam-se no shopping center, mas não se esqueça de pensar em si próprio. Ah, e claro: cuidado para não se esquecer de comprar uma mansão e quem sabe um avião a jacto para melhorar a locomoção da "missão" “expansíva” da palavra de Deus. Se não fizeres isso, serás só mais um parvinho comprado pelo Sangue do Cordeiro, para depois de viveres o evangelho em todas as oportunidades que tiveres aqui na terra, ires para o céu. Afinal está na moda não se importar com a salvação ou com o inferno."
Por Filipe Nogueira
Quantos, neste momento, que lêm este texto, (frequentadores de igrejas, membros delas ou depecionados com elas), já foram “obrigados” a participar de alguma reunião, ou culto de algo do tipo? Quantos são os que estão a ler este texto, que hoje são líderes ou presbíteros e tiveram que acatar no passado e no presente, alguma ordem autoritária vindo de um pastor ou apóstolo, sem poder dizer sequer um: “como”? Quantos são os que lêm este texto, já se sentiram injustiçados pelo novo sistema eclesiástico e materialista que está a ser imposto sobre a Igreja pelos seus próprios líderes? Será que os pastores estão a confundir igreja com empresa? Afinal, a única coisa parecida na palavra quando termina, é a letra "A". Será então que os "nossos" líderes estão cegos ou fora do padrão que o Apóstolo Pedro ensinou sobre o que é SER Igreja?
Sobre a etimologia da palavra igreja...
Tudo se deu com o “ajuntamento do povo do deserto”, lá com Moisés – palavra esta que da origem grega escolhida pelos autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus. (conforme a Wikipédia.com)
Numa segunda definição (segundo a Bíblia) o termo "igreja" pode designar reunião de pessoas, sem estarem necessariamente associados a uma edificação ou a uma doutrina religiosa específica. No texto bíblico, do “Novo Testamento”, a palavra "igreja" aparece por diversas vezes, sendo utilizada como referência a um agrupamento de cristãos e não a edifícios ou templos, nem mesmo a toda comunidade cristã em alguns momentos. Conclui-se que o que Jesus chamava por igreja, resume-se em PESSOAS!
O meu corpo como filho de Deus Salvo em Jesus Cristo, também é a Igreja. A noiva de Cristo, a Igreja somos nós pessoas normais, imperfeitas e cheias de pecado.
A Igreja é um lugar de pessoas, e pessoas imperfeitas; já dissemos que é um agrupamento de pessoas e não edifícios ou templos. Então responde-me, porque é que continuamos no engano de achar que esse lugar deve, necessariamente além de confortável, ser luxuoso? Respondam-me, qual a necessidade de se fazer uma réplica do templo de Salomão se há crianças nas Ruas de Lisboa a passarem fome, a terem frio por não terem roupa e abrigo? Para quê arrecadarmos centenas e milhares de euros em bazares anuais, seja lá o que for se há pessoas carentes de amor carinho? Ou para quê fazer grandes campanhas ou cruzadas megalomanas, sendo que muitas pessoas necessitam de tantas outras coisas, e quando o Amor deveria ser um movimento gerado pela vivência prática do evangelho, no nosso dia-a-dia?
Só dei alguns exemplos, mas tenho certeza que todos nós temos vizinhos ou conhecidos que hoje simplesmente precisam de uma cesta básica e nós nada oferecemos – nem mesmo o que o Apóstolo Pedro e o Apóstolo João deram ao coxo na porta do templo (não tendo nada mais para dar, ofereceam a cura da enfermidade, pelo Nome de Jesus). Quero ressaltar a importância de termos um local para reuniões e cultos, assembléias etc. É necessário, mas não é o mais importante!
Que haja o bem estar, e comodidade; Que haja um tecto, mas quando foi que Jesus nos instruiu a edificarmos igrejas megalomanas e LUXUOSAS? Sim, devemos dar o nosso melhor, e tenho certeza que o melhor foi dado na época de Salomão. Mas porque é que hoje em dia, não nos preocupamos em sermos, para podermos dar o nosso melhor ajudando ao próximo?
Luxo nunca foi bíblico, até mesmo porque Jesus veio para os doentes, pobres e humildes, e a prova disto foi a parábola que nos deixou, do Jovem Rico “Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.” Além de templos luxuosos, algo novo (mas nem tanto) tem acontecido, com o crescimento das igrejas em célula e até mesmo nas igrejas mais conservadoras – temos visto a formação de um novo padrão de igreja... Eu apresento-vos, as "IGREJAS SA. ("SA" é a abreviatura de "Sociedade Anónima"; um dos tipos de associação comercial, regida por leis próprias). Quantas vezes já vi pastores autoritários, pensarem que aquele local e aquelas almas eram propriedade deles, e por isso faziam (e fazem) o que querem, monopolizando e regendo suas próprias leis dentro da comunidade… Uma vez vi a seguinte frase numa t-shirta: “Pequenas igrejas, grandes negócios.” Vi que aquilo até fazia sentido (sou contra heresias certamente), mas observem o funcionamento das "Igrejas SA":
1) O pastor ou apóstolo é como o presidente, ele manda, ele faz, ele acontece, ele gera e tem as idéias, e mais ninguém.
2) Os líderes e os presbíteros, diaconos têm o papel de receber ordenanças dos pastores e apóstolos, para depois passarem-nas para os membros.
3) Os membros recebem e acatam as ordens de suas autoridades, sem sequer poderem indagar ou questionar qualquer coisa, pois ao tentarem fazer isto, recebem a seguinte resposta: “É PARA O REINO. Cuidado com a REBELDIA, irmão(ã!"
Afinal é de fato um óptimo negócio. É trabalho de graça. A igreja lucra em todos os sentidos e não tem necessariamente uma folha de pagamento para “devolver” quando alguém que foi dizimista ou ofertante, que agora está desempregado a necessitar de ajuda, e só lhe é oferecido "orações".
É claro, queridos, que eu julgo necessário e importante o trabalho e as obras para Cristo, mas não me conformo com a extrapolação e o autoritarismo eclesiástico materialista. Também não estou a fazer a apologia à desonra ou desobediência às autoridades que SERVEM o membros do Corpo de Cristo. Vejo que também são importante – o que quero que percebam é que isso, muitas vezes, está excedendo os limites do bom senso!
Hoje vivemos em igrejas super-cheias e super lotadas, com "banha e gordura de ovelhas" nas cadernetas bancárias das associações religiosas, templos cada vez mais luxuosos, onde se repete a luxuria do shopping center... Já repararam que não existe mais evangelismo por intermédio dos relacionamentos, pregação do evangelho pelo discipulado em muitas igrejas, e em muitos lugares o inconformismo deu lugar ao santo comodismo pré-tribulicionista? Quantas vezes, a minha tia teve que abrir mão de um dos seus fins de semana para “servir” a igreja, a Deus? Quantas vezes o seu filho de 8 anos, queria apenas a companhia de seu pai, quando ele era intimado a participar de uma das reuniões de líderança? Quantas vezes a ordem de importância que a Bíblia nos apresenta (primeiro Deus, depois família, etc.) foi colocada de lado, fazendo com que ao invertermos esta ordem divina, acambos por destruir com nossas próprias mãos a convivência familiar.
Em breve, não existiram mais no nosso país, igrejas verdadeiramente famíliares, onde se recebe e ama-se incondicionalmente qualquer um. Vivemos numa geração que só dá importância para seu próprio umbigo. "Quer mais bençãos? Necessita de mais “unção”? Talvez seja melhor ter mais dinheiro e menos salvação?!"
"Igrejas SA": monte logo a sua e lucre absurdamente", construa templos com MUITO luxo, derrame muitas bençãos e prosperidades sobre o povo. Faça com que os seus membros, sintam-se no shopping center, mas não se esqueça de pensar em si próprio. Ah, e claro: cuidado para não se esquecer de comprar uma mansão e quem sabe um avião a jacto para melhorar a locomoção da "missão" “expansíva” da palavra de Deus. Se não fizeres isso, serás só mais um parvinho comprado pelo Sangue do Cordeiro, para depois de viveres o evangelho em todas as oportunidades que tiveres aqui na terra, ires para o céu. Afinal está na moda não se importar com a salvação ou com o inferno."
Por Filipe Nogueira